Tribunal considera criação de figura jurídica à parte para reconhecer os casamentos homossexuais inadmissível por ser discriminatória.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH) defendeu nesta
terça-feira (9) o reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo
sexo e a extensão a estes casais dos mesmos direitos concedidos aos
heterossexuais.
O tribunal emitiu esta recomendação como resposta a uma consulta da
Costa Rica sobre o tema, ao apontar que a orientação sexual e a
identidade de gênero são categorias protegidas pela Convenção Americana
dos Direitos Humanos, tratado do qual o Brasil também é signatário.
A Corte Interamericana, sediada em San José da Costa Rica, decidiu que
"todos os direitos patrimoniais que derivam do vínculo familiar de
casais do mesmo sexo devem ser protegidos sem discriminação alguma em
relação aos casais heterossexuais".
Todos os direitos
O tribunal acrescentou que esta proteção vai além das questões
patrimoniais e envolve todos os direitos reconhecidos aos casais
heterossexuais na legislação de cada Estado.
O organismo considerou inadmissível a criação de uma figura jurídica à
parte para reconhecer os casamentos homossexuais, o que "configuraria
uma distinção baseada na orientação sexual da pessoa, algo
discriminatório".
A Costa Rica realizou a consulta na CorteIDH em maio de 2016 sobre o
direito da população transgênero de mudar legalmente sua identidade e
sobre os direitos dos casais homossexuais.
A legislação da Costa Rica não reconhece o casamento entre pessoas do
mesmo sexo, mas tem avançado na admissão de seus direitos patrimoniais.
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